segunda-feira, 19 de outubro de 2015

Corrida do Sporting 2015



Depois de no ano passado, nem ter tentado sair de casa devido ao temporal... este ano não pude deixar de participar na Corrida do Sporting 2015.
Muito impulsionado também pela participação dos Belém Runners, e sem qualquer treino desde a Meia de Budapeste, eis que me aventuro para estes 10 Km ao longo das avenidas do eixo central da cidade de Lisboa, que se afiguravam muito molhados e concorridos.
Quando cheguei ao Alvalade XXI, "chovia a potes".... fiquei a aguardar pelos companheiros do Belém Runners, pois tinham os dorsais... passaram mais de 10 minutos e nada.... liguei e afinal não era ali, mas no extremo oposto do Estádio...   lá fui debaixo de chuva à procura da rapaziada.
Porta 10 VIP Louge... Logo encontrei a Cláudia e o Carlos, lá estava o dorsal à minha espera... e naquela zona VIP apinhada de gente, encontrei o habitual Jorge Máximo (ser Vereador do Desporto é duro) com quem troquei algumas palavras e ainda deu para ser apresentado ao Senhor Carlos Lopes, ídolo de infância e grande senhor do Desporto...

Ligeiro aquecimento e vamos para a partida, felizmente a chuva parou... O Carlos, treinador dos Runners, bastante experiente nestas coisas, inscreveu toda a equipa na primeira slot "- 40min"... ou seja... parti já com alguma vantagem sobre a malta que corre ao meu ritmo, e logo ali nos primeiros metros, o entusiasmo lança-me num ritmo muito perto dos 4 min/Km.... Há que abrandar e retomar o ritmo mais indicado.
Assim vou, a alta rotação, até ao túnel sob a Av. do Brasil onde recordo o exigente sobe e desce dos túneis da Av. da Républica na minha anterior prova naquele terreno (Corrida Unicef em Julho 2014). Masmo assim sinto-me bastante bem e sigo num ritmo abaixo dos 5 min/Km. Pouco antes do Saldanha, algures entre o Km 3 e o Km 4... cruzo-me com os primeiros que já retornam, 

Continuo em bom ritmo, retorno na Fontes Pereira de Melo com menos de 25 minutos. Agora temos uma ligeira subida até ao Saldanha... e é aqui que as coisas complicam... Cruzo-me com a Cláudia e berro para dar-lhe ânimo... Continuo, reduzindo um pouco o ritmo e tendo a consciência que a falta de treinos traz óbvias consequências.
Chegado ao Saldanha, o terreno volta a ser plano, mas o desgaste está cá... e vêm aí os "sobe e desce" dos túneis. O primeiro passo bem, mas no segundo em Entrecampos... rebento. Toca a reduzir o ritmo e preparo-me para sofrer até ao final... faltam cerca de 3 Km...
Mais adiante passa por mim a Marisa, companheira dos Belém Runners, que vai num excelente ritmo, a passar gente... nem dá tempo de a cumprimentar (no final acabou por bater o seu RP com 50 min). Fixo um companheiro que segue tão rôto quanto eu e ali vamos numa passada controlada, ligeiramente acima dos 5:30, procurando gerir o esforço e as últimas energias... ainda passo por um "rastafari" que tinha arrancado à minha frente cheio de força à entrada do Campo Grande, seguia a passo na subida do último túnel.
Fim do Campo Grande, e a marca do Km 9... mais um esforço para o último Km, mas as pernas doem e não querem responder... Insisto !!! Dou um empurrão (em mim próprio) e acelero até poder... estamos a chegar ao Estádio, passo a rotunda da Galp a cortar caminho pelo passeio, e aproveito a descida para embalar para a entrada do Estádio, já com bastante público a aplaudir... entrada pela porta da Maratona, com uma curta rampa... até à linha de chegada... 52:44 (podia ter sido pior).
Não fosse a falta de treinos e tinha tentado chegar muito perto dos 50 minutos... enfim... há que voltar aos treinos com força e atacar a próxima prova.



sábado, 19 de setembro de 2015

Nas ruas de ... Budapeste, sempre a "abrir"...




Foi mais uma aventura, esta participação na 30ª Meia Maratona de Budapeste. Apesar de ter definido que faria apenas uma "Meia" por ano (e depois da estreia em Lisboa) não consegui resistir ao convite dos meus habituais companheiros de estrada Marco e Sara, e lá me convenceram a entrar nesta aventura e rumar à capital da Hungria para tentar bater a minha marca das 2 horas.

Depois de dois dias de turismo e preparação para a prova, lá nos concentrámos para alcançar o melhor resultado possível, já que cada um dos quatro do grupo tinha um objectivo específico para perseguir: o Moralez (das Tartarugas Solidárias) queria 1h30, o Marco queria bater o sre record de 1:48, Eu desejava baixar das 2h e a Sara, com alguma chatice no joelho, desejava apenas terminar a prova.

A partida (e chegada) tem lugar no grande Parque da cidade (Varosligeti), local muito agradável onde desde cedo se amontoam corredores de toda a parte do Mundo. Graças à extrema beleza desta prova num percurso plano e agradável, e num fantástico dia de Sol, o cenário para esta Meia Maratona é perfeito. Mais de 3.000 estrangeiros entre 11.000 participantes, onde se contabilizam 23 inscrições portuguesas.

A partida é dada por "slots" com intervalos de cerca de 2 minutos entre cada uma. O nosso amigo Moralez encaixa que nem uma luva na 1ª slot, enquanto que nós os três ficamos na 4ª slot a aguardar o nosso momento. Aqueles últimos 10 minutos de espera são de alguma ansiedade, mas serve igualmente para olhar em redor e tentar perceber a dimensão daquela multidão internacional...

Arrancamos com cerca de 9 minutos de atraso em relação aos primeiros... em direcão à Praça dos Heróis, pejada de turistas a apoiar, bem como ao longo da enorme avenida Andrassy, que liga o Parque às margens do Danubio... Vou marcando um ritmo agradável (surpreendentemente abaixo dos 5min/Km), sem grande esforço e fitando o Marco ali a 30 metros adiante... A Avenida Andrassy são mais de 3 Kms quase planos e sempre a direito, onde a maioria dos participantes flui sem grande dificuldade... Até dá para apreciar a paisagem e os imonentes edificios da Ópera e do Museu "Terror Haz". Vou-me batendo com um rapaz Húngaro que corre em ritmo semelhante e perseguindo uma "loiraça" que ostenta na t-shirt a sugestiva frase: "Follow me".

A chegada junto ao rio é agradável porque as ruas estão cheias de gente a apoiar os participantes, estão concluídos 4 Km's e o espírito é fabuloso, viramos à esquerda ao longo da margem até à Ponte da Liberdade, onde somos obrigados a fazer uma ligeira subida para o tabuleiro da ponte... Km 6 e continuo em bom ritmo (sempre inferior a 5h30). Seguem-se 5 Kms na margem oposta, do lado de Buda, onde me cruzo com o Marco e aprecio que a distância entre nós é inferior a 1 Km, bom sinal... para ambos.

Após o Km 11, voltamos a Peste, atravessando a magnífica Ponte dos Cadeados em direcção ao magestoso edificio do Parlamento. Era a partir daqui que os meus receios estavam alerta... os Kms 12, 13, 14 e 15 são percorridos ao logo da margem do rio, sob o risco do calor que se começa a sentir...

Curiosamente, vou conseguindo aguentar, algumas dores nos joelhos, mas com um ritmo estável (menos de 5h30/Km) e envolvido naquela multidão babilónica vou cruzando os Kms sem grande desgaste, a música, apesar de não gostar do estilo, ajuda a continuar...

Ao Km 16 saímos da marginal em direcção ao Parlamento, e depois entramos nas Avenidas da cidade, o primeiro instinto é de alívio devido às sombras dos edifícios... mas depois, o cansaço começa a fazer mossa, e a falta de paisagem agradável e de povo na Rua, não ajuda nada... Mais adiante revejo a loira do "Follow me"... novo ânimo... He He He.... persigo-a e passo por ela quase sem olhar.

Os Kms 17 e 18 são violentos, principalmente porque temos que subir um enorme viaduto, aqui o ritmo desce ligeiramente, mas fazendo as contas de cabeça, continuo confiante em bater o objectivo das 2 horas. Um último abastecimento (mais um Powerade e uma banana) e continuamos para os últimos 2 Kms, ao longo de uma grande avenida, com uma ligeira inclinação que parece interminável
... aqui as pernas já não querem responder... o cansaço vai pesando, e passa muita coisa pela cabeça... mas não desisto e continuo em esforço, com algum sofrimento.... mas está quase.. já se vêm ao longe os monumentos da praça dos heróis, novo banho de multidão, atravesso a praça, falta menos de 1Km... é tempo de retirar a bandeira de Portugal que trazia comigo atada à cintura, e cobrir as costas para ostentá-la orgulhosamente nos últimos metros....

Consegui. Apesar do cansaço e falta de fôlego no finalzinho... consegui bater a barreira das 2 horas... aliás foi excelente tempo de 1:54:36 (Novo Record Pessoal). Após um encontro com um casal de portugueses, há que reencontrar os companheiros de prova, igualmente felizes pelos sucessos alcançados: Moralez fez 1:30:19, Marco baixou para 1:46:01 e a Sara muito bem com 2:13:27.

Todos estafados mas muito felizes e satisfeitos pelas proezas, seguimos directos para os Banhos... a melhor parte do dia, relaxar dentro de água num fantástico dia de sol.

Excelente participação numa prova extraordinária. Vale mesmo a pena fazer a Meia maratona de Budapeste, organização muito boa, excelente percurso, muitos e bons abastecimentos e um espírito salutar durante toda a prova. Valeu a pena. Obrigado Budapeste.

quinta-feira, 9 de julho de 2015

Um Record via TSF




Estava prevista ser a última prova antes do merecido período de férias, a corrida TSF Runners seria em Belém, num percurso ideal para fazer um brilharete, e assim me fui preparando, com menos treinos do que o desejado, mas ainda na "ressaca" da anterior prova.

Numa manhã solarenga onde a temperatura estava ideal para uma corrida perfeita, tentei envolver a rapaziada do costume, mas .... nada. Estamos a entrar em período de férias e a malta prefere ir para a praia do que andar a correr, de qualquer modo, la estava o mano e o Jorge Máximo.

O percurso era extraordinário: Fonte Luminosa - Av. da Torre, retorno - Av. Índia - Av. 24 Julho, retorno e ... Belém novamente.

A história é simples de contar, arranquei com um ritmo forte, logo atrás do banner dos Sub-50, mas como me sentia bem e em casa... fui forçando... fazendo o 1º Km em 4:40 (grande speed)... tinha prometido a mim mesmo que, depois de ter baixado do min 50 em Santarém, deveria procurar bater o meu RP e estabilizar a minha marca aos 10Km abaixo dos 49 min.

Procurei manter um ritmo alto mas controlado, porque receava o calor que a bela manhã de Domingo poderia trazer... Retorno na Av. da Torre de Belém, ainda rodeado por um mar de gente, e cruzando os milhares que vinham em sentido contrário, toca de manter a pedalada.. 2º Km a 4:48... 3º a 4:50 e 4º a 4:56... muita regularidade e sempre abaixo dos 5min/Km.

A marca dos 5 Km estava perto da Infante Santo e o grupeto onde seguia era mais reduzido e mantinha-se relativamente estável... um camarada do Lisboa a Correr e um cota de t-shirt preta com um andamento invejável... fui seguindo na companhia do "capitão américa"... Logo a seguir, já a entrar em Santos, cruzo-me com o Tiago, vinha com um grande andamento... pouco tempo atrás dos primeiros...

Faço o 5º Km a 4:58 e o retorno afinal é já ali, perto da Rocha de Conde de Óbidos, e não no Largo de Santos como tinha idealizado... bem melhor. O esforço começa a fazer "mossa"... e mantenho uma garrafa de água para ir molhando a cabeça... Km 6 a 4:59.... Excelente.

Os últimos 3 Km já foram percorridos acima dos 5min/Km, mas num ritmo bastante agradável face ao cansaço que pesava nas pernas... O objectivo passou então para fixar companheiros para ultrapassar, e o primeiro foi o camarada da t-shirt preta que, pesando garantidamente mais 10Km do que eu, mantinha uma passada certinha, mas ainda antes do novo Museu dos Coches... ficou para trás.... logo a seguir fui perseguir o amigo do Correr Lisboa, ultrapassei-o já na curva para a meta, com a certeza de baixar dos 50'.... os jardins de Belém estavam repletos de público, muitos turistas e outros companheiros ja terminados... o cronómetro marcava 49:01 quando levei a mão ao Garmin Forerunner 220 para parar a contagem... 49:03... Record pessoal aos 10Km... num ritmo de 4:56/Km.

domingo, 28 de junho de 2015

Palmela Run... Up


Não sendo uma das provas planeadas no meu cuidadoso calendário, por força da desistência de uma colega, surgiu uma vaga para participar na 1ª edição do Palmela Run, uma espécie de corrida e mix de trail urbano com trail de montanha.
Tudo combinado para a participação (desta vez pelo EMEL Runners) com dois colegas, o Marco e o Jorge (apesar deste ter tido um imprevisto de última hora), num dia de imenso calor onde o perigo da insolação e da desideratação eram a minha principal preocupação, tendo plena consciência que sofro imenso com o calor, tratei de ingerir bastantes liquidos e preparar cuidadosamente a participação. Foi também a prova de estreia do meu novo "brinquedo": o Garmin 220 Forerunner.
A curta viagem para Palmela foi rápida, o que nos deu tempo suficiente para levantar dorsais e aguardar calmamente na frescura do ar condicionado do carro pela hora da partida.
A partida para mais de 300 aventureiros foi dada às 20h00, no centro da vila, percorrendo as escadas e ruelas íngremes e estreitas do centro histórico, muita gente à janela a aplaudir, mas muita confusão no percurso pela estreiteza das vias e pelo desnível que já se começava a sentir. Ao 2º Km estavamos a sair da área urbana, passado pelo interior da Adega dos vinhos Xavier Santana e em direcção à Serra do Louro. Foram mais 2 Kms de trail em terra batida com subidas e descidas constantes, onde o calor e a poeirada iam secando a garganta, altura para testar igualmente o meu cinto de abastecimento que fui aconselhado a levar. Mais adiante, uma descida infernal de centenas de degraus de madeira no meio do matagal e onde a preocupação principal era o equilibrio da passada, chegados à Estrada Nacional aguarda-nos um primeiro e oportuno abastecimento, aqui aproveitei para aumentar a passada para algo mais adequado ao meu ritmo de estrada, uma vez que a média aos 5 Km's era consideravelmente superior a 6 min/Km.
Depois viramos à direita para o interior do campo e entramos num trail estreitissímo, um miserável carreiro onde mal cabe um pé e onde o risco de cair ou contrair uma lesão são uma preocupação constante, por entre silvados e canaviais formamos uma fila onde é impossível haver ultrapassagens dada a densidade da vegetação, vou acompanhando um grupeto com 6 a 7 elementos onde uma rapariga (já não seria uma jovem e com peso impróprio para uma atleta) vai ensinando à rapaziada como correr em trail, ritmo constante, passada forte e certeira vai passando por entre a vegetação e liderando naquele inóspito terreno.
Depois de uma subida íngreme num carreirinho quase inexistente, chegamos a um estradão de terra batida onde volto a relançar o ritmo e aproveito para reforçar a alimentação com um gel e mais água para retemperar forças para atacar uma terrível subida que se aproxima. Estamos no Km 8 e já bastante desgastado do constante sobe e desce, agravado pela dificuldade dos trilhos, tento animar o grupo, mas sem grande sucesso uma vez que a maioria só lamentava: "o pior ainda vêm aí..."
E parece que tinham razão, após uma curva do percurso olho para cima e vejo a enorme escarpa até ao Castelo de Palmela... uma viragem à esquerda e entramos num caminho milenar horrível, cheio de pedros (provavelmente um dos ancestrais acessos ao Castelo) e onde o declive inviabiliza qualquer estratégia ou ritmo de subida, são mais de 1.000 metros a mais de 10% de inclinação !!! É impossível correr, mesmo andar... é com muita dificuldade e esforço.
Aquela subida acabou comigo ! Mesmo na parte final, junto à entrada da vila, onde a pendente é quase inexistente, não tenho fôlego para correr... passam 2 moças e um companheiro, todos em dificuldades, mas ainda conseguem acelerar um pouco o passo, vou com eles até conseguir... depois... deixo-os ir...
Quando regresso ao empredado da vila de Palmela a energia já é escassa e a continua gincana de sobe e desce por entre ruelas, becos e escadas, acaba com o resto... Mesmo com o incansável e inusitado incentivo dos moradores que aplaudem das janelas e cafés. Falta pouco mais de 2 Km e a entrada no parque da cidade ajuda a recuperar ligeiramente o ânimo, a escuridão do parque assusta, mas o piso regular e a frescura das árvores permitem voltar a aumentar o ritmo da passada, mas... por pouco tempo... vamos entrar no Castelo, portas, pátios, ruelas e escadas... sempre a subir... chiça !!! E quando é que isto começa a descer ???? A determinado momento, depois de um úlytimo esfortço para subir uma escadaria, cruzando-me com um grupo de turistas brasileiros, deparo-me num pátio na torre do Castelo onde paro por segundos para apreciar a magnífica paisagem: a cidade de Setúbal toda iluminada e a beleza do estuário do Sado.
Vamos embora que agora é sempre a descer... falta apenas 1Km. Vou perseguindo um companheiro que me ultrapassou no interior do Castelo e que segue um pouco à minha frente num ritmo bastante forte... uma descida constante mas sempre com muitas viragens e após uma última pequena subida, entro na avenida em direcção à meta... muita malta a aplaudir, entre os quais o Marco que fez 1h21, e consigo cruzar a meta antes da 1h30min.
Foi duro... muito duro... provavelmente a prova mais difícil que realizei até hoje, mais uma razão para não ganhar grande apreço pelo trail, muito sobe e desce, muita poeira, falta fôlego e força nas pernas... No entanto, não consigo ficar indiferente à beleza de todo o percurso, o misto de trail urbano na zona histórica com os caminhos "de cabras" da serra do Louro e aquela terrível e interminável subida ao Castelo, independentemente da extrema dureza, a prova é bonita de fazer. Parabens à organização, que para o ano têm que melhorar a logistica do final da prova... demorou mais tempo chegar à prometida bifana e imperial do que fazer a prova.

sexta-feira, 15 de maio de 2015

Força Belém !!! Allez Allez !!!




Fantástico ambiente e grande excitação para a minha participação na 3ª Corrida de Belém, desta vez num enquadramento especial dada a particularidade da corrida começar e terminar na pista do Estádio mais bonito do Mundo... no Restelo.
Acrescendo o facto de ter estado envolvido directamente na organização e nos preparativos desde muito cedo, com a integração do Belenenses e das suas instalações na logística da organização da corrida cá do Bairro...
Foi igualemente a data oficial do arranque dos "Belém Runners", clube de corrida dos sócios e adeptos do Belenenses, com a exibição orgulhosa da respectiva camisola.
Consegui convencer dois colegas de luta, mais alguns colegas de trabalho e demais amigos, vendi-lhes a ideia de participarem na prova dado o marravilhoso cenário que a envolvia, senti-me um verdadeiro anfitrião.
Quanto à prova... foi a parte menos importante... muito dura, com mais subidas que o desejado e com muito calor na parte final para piorar a situação, portanto, o tempo de prova era o menos interessante, tentei pelo menos usufruir da companhia e divertir-me ao longo de todo o percurso.
Arranquei orgulhosamente do interior do Estádio do Restelo na companhia do Hugo e dos dois companheiros de luta, Paulo e Telmo, bem devagar... aproveitando o momento e lançando umas "larachas" para animar o pessoal.
Logo à saída do complexo apanhei a Sara e o Marco (seu fiel escudeiro), continuámos em ritmo de relaxamento até à subida da Avenida das Descobertas, onde a pendente começa a pesar nas pernas e a deixar alguns companheiros mais atrasados... Fui seguindo com o Hugo numa passada firme mas controlada. Após o desgaste da subida, vem a interminável descida que regressa às imediações do Estádio, momento agradável e ritmo tranquilo, o Jorge e o David passam por nós "a abrir".... o calor vai apertando e o Hugo procura as sombras junto aos edificios, noto que está a quebrar, vítima da falta de treinos, continuo a descida rumo à Avenida da Índia, passando pelo pessoas da caminhada que segue cheia de boa disposição.
É já em terreno plano, após o CCB que visiono os primeiros clasificados já a regressarem à zona de Belém, menos de meia hora e já a virarem em direcção ao Estádio junto aos Jerónimos... Continuo e vejo que os 2 EMEL Runners (Jorge e David) seguem 100 metros à minha frente... mas o calor continua e é preciso abastecimento para refrescar, há que controlar o ritmo para os apanhar no retorno (na Cordoaria Nacional), assim acontece... Junto-me a eles e acompanho o ritmo, o David surpreendido ainda resmunga "Lá vem o Velho.... xô.. lá para trás"... mas 50 metros adiante, quando passamos junto ao Jardim de Belém, uma ligeira aceleração e ... já está. lá ficaram para trás os dois companheiros...
Agora só falta 1Km, mas depois de cruzar o mar de turistas em frente ao Mosteiro de Jerónimos, é sempre a subir.... até ao Estádio. O calor fez mossa... e aquela subida final, mesmo não muito inclinada, custa que se farta... muita gente a abrandar e a parar naqueles metros finais... Depois da curva na Avenida do Restelo dá para respirar.... mas pouco, porque falta ainda a pequena rampa de acesso ao Estádio... Uffa... que está quase.
A entrada no Estádio é maravilhosa... com 600 metros para completar ao longo da pista, dá apenas para apreciar aquele maravilhoso cenário e cortar orgulhosamente a meta com um tempo desconhecido... (mais tarde verifiquei que fiz 55'31").
Manhã fantástica, com a companhia de amigos, num local sagrado e que aproveitei até ao fim, mesmo com demasiado calor e subidas à mistura. Allez Belém Allez.

domingo, 19 de abril de 2015

SNR - Scalabis Night Record





Conforme prometido regressei a Santarém para participar na Scalabis Night Race 2015. Depois da fantástica experiência registada na anterior edição, não poderia faltar este ano naquela que considero uma das melhores organizações de provas em Portugal.
Convenci alguns companheiros de corrida a experimentarem também, e todos eles confirmaram a minha elevada expectativa. Apesar da ausência forçada do Hugo, os EMEL Runners Marco, Jorge e Sara compareceram e gostaram de tudo... especialmente do pampilho no final.
Chegados a Santarém, e após encontrar um lugar para estacionar estrategicamente perto da partida/meta, fomos direitos ao Shopping W para levantar dorsais e T-shirts... a famosa camisola amarela que tão bem caracteriza esta prova escalabitana.
Logo ali cruzámo-nos com o Jorge e a sua rapaziada de Setúbal, ainda combinámos um encontro à partida, mas como calculei... no meio de tanta gente "amarela" era quase impossível reconhecer quem quer que fosse... No entanto, a boa disposição reinava por todo o lado. Só foi pena ter que assistir à derrota do meu Belém frente ao Benfica nos minutos que antecidiam a corrida.
A Sara ainda teve tempo para se juntar aos seus amigos do "Correr Lisboa" para tirar uma foto de família, enquanto Eu e o Marco íamos aquecendo porque a temperatura tinha descido e soprava uma brisa demasiado fresca.
Avançámos para a partida procurando uma boa posição para arrancar com força e evitar a habitual confusão. Enquanto esperávamos pelo tiro da partida, marcámos a nossa estratégia, enquanto que o Marco seguiria com a Sara para servir de lebre, Eu tinha decidido atacar um percurso bastante agradável e, graças ao ritmo dos últimos treinos, tentar bater a barreira dos 50 minutos... Seria muito dificil, mas iria dar tudo para tentar.
Logo na partida arranquei... deixei o Marco e a Sara para trás na primeira curva. Seguia no meio da multidão procurando o melhor posicionamento para perder pouco tempo naquele 1º Km que atravessa as estreitas ruelas do centro histórico de Santarém e retorna ao local da partida, mas a confusão ainda era grande e não consegui "furar" por entre tanta gente... primeiros 1.000 metros em 5'50"...
Quando passamos pela grande rotunda no final do jardim em direcção à praça de Touros, começa a aparecer espaço para acelerar... procurei um ritmo forte e fui perseguindo alguns companheiros que seguiam à minha frente. Chegar ao retorno desta vez foi rápido, sentia-me bastante mais confortável que no ano passado. A quantidade imensa de participantes que se cruzavam comigo ainda na fase descendente deu-me ânimo para manter o ritmo... Passagem pela "Taberna do Quinzena"... primeiro abastecimento: Tinto. Só molhei os lábios (para manter a tradição) e segui em direcção ao Centro.
A ligeira subida para as Portas do Sol é traiçoeira... mas como temos um abastecimento a meio e logo a seguir cruzamos a marca dos 5 Km's ... vamos buscar forças para continuar... Olho para o relógio e vejo ... 21'55".... (?) ... impossível. Não consigo correr tanto... mais adiante reparo que inadvertidamente devo ter parado o cronómetro... continua a marcar o mesmo tempo...
A vista nocturna do Mirador das Portas do Sol é fantástica, o mar de luzes sobre a planície é deslumbrante... mas não há tempo para grandes vistas. Vamos embora porque ainda falta metade !
No regresso tento vislumbrar a Sara e o Marco... mas sem sucesso...
Depois aquela pequena mas acentuada subida para contornar o Liceu Sá da Bandeira, começam as dores no joelho... mas novamente a marca dos 7 Km serve para encorajar um pouco mais e mesmo em esforço há que manter um ritmo forte...
Está quase... tento encontrar um companheiro que sirva de lebre, encontro alguns... mas por pouco tempo, ou fraqueja e rapidamente passo por ele... ou quando o fito... arranca mais forte e nunca mais o vejo... Faltam apenas 2 Km's ... e chego ao momento mais impressionante de toda a Scalabis Night Race: a travessia do Quartel de Santarém de onde saiu Salgueiro Maia para fazer a Revolução de Abril...
A travessia do Quartel, ao som do "Depois do Adeus" do Paulo de Carvalho é o clic para tentar acelerar um pouco... principalmente quando um dos soldados de serviço grita: "Faltam só 1.100 metros"... É altura para dar tudo.... sinto os pulmões a arder e o coração a saltar pela boca, mas está quase... o último Km foi o mais rápido de sempre... 4'40".
Faço a última rotunda a acelerar e a passar gente... só não deu para o sprint sobre a recta da meta... já não dava... o cronómetro marcava 50:59....51:00... Uffa.... cheguei.
Acabei "de rastos"... a sofrer... mas tinha batido o meu record pessoal... o Runtastic marcava 50:38... a um ritmo médio de 4:54 p/ Km.... nunca tal tinha acontecido... correr abaixo dos 5min/Km.
Depois de retomar o fôlego... venha de lá essa Bifana e uma bem merecida Imperial. O reencontro com os restantes companheiros... que terminaram com 54 min... e vamos lá buscar esses pampilhos antes de regressar a casa. Valeu uma vez mais pela excepcional experiência... Mas a maior surpresa chegaria no dia seguinte... com a classificação oficial e o surpreendente tempo de "chip"... 49'57".
Obrigado Santarém, obrigado Scalabis Night Race.


segunda-feira, 23 de março de 2015

Meia Maratona de Lisboa... a primeira já está !

Pois é... depois de ter começado nestas aventuras da corrida há pouco mais de 1 ano e depois de ter terminado cerca de dez provas até 10 Km, eis que, conforme prometido em 2014, arrisquei em fazer pela primeira vez os 21 Km da mítica Meia Maratona de Lisboa.

Mentalizado para tentar este ENORME desafio, e com um considerável aumento da kilometragem dos treinos, fixei como objectivo, em primeiro lugar terminar, e se possível, em menos de 2 Horas.

Apesar do nervoso miudinho da véspera, procurei preparar adequadamente a participação numa prova com esta distância: meias de compressão, protecção extra nos tornozelos, gel energético, ténis mais leves e um número acima, e uma alimentação matinal reforçada.

O facto de ir fazer a prova com um conjunto alargado de colegas, deixou-me tranquilo e mais entusiasmado, portanto, a viagem de comboio e o percurso até ao local de partida foi agradável, no entanto, a chegada tardia, não permitiu uma melhor colocação para o arranque, e teve como consequência a grande dificuldade em atravessar o tabuleiro da Ponte 25 de Abril apinhada de gente e que obrigava a uma constante gincana entre os milhares de participantes mais lentos que se atravessam à nossa frente... Fiz o 1º Km em mais de 11 minutos (!), e somente na descida para Alcântara consegui andar ao meu ritmo.

Na chegada a Alcântara e ao local do primeiro abastecimento estavam decorridos 5 Km, cerca de 1/4 da prova, sem precisar de me preocupar ainda com os líquidos (graças aos treinos longos sem qualquer abastecimento) e ali entro no percurso exclusivo à Meia, em direcção ao Cais do Sodré, cruzando-me com alguns participantes que já retornavam. Procurei um ritmo tranquilo e ia-me distraindo com aqueles que se cruzavam connosco, ultrapassando ainda muita gente que seguia num ritmo mais lento, vou seguindo uma escocesa que orgulhosamente transporta uma bandeira à cintura, rapidamente chego ao ponto de retorno, mesmo no final da Av. 24 de Julho e avanço para o meu primeiro abastecimento, reparo que a Marisa segue ali à frente... junto-me a ela e vamos juntos durante cerca de 3 Km's, até ao Km 10, muito perto do local onde anteriormente nos separámos da Mini, ela pára num abastecimento e reaproxima-se para me oferecer uma barra de gel, "força... segue em frente"... diz-me ela como incentivo.

Acelero e entro na Avenida da Índia passando ao lado de milhares de participantes da Mini, entre os quais o Presidente da Câmara, António Costa, que vai acenando a quem passa... O calor começa a sentir-se, passo pelo Km 12 e penso que ainda falta quase metade, mas mantenho o ritmo... vou-me aproximando da zona de Belém, onde já se ouve o burburinho das chegadas, toda aquela animação serve como distração... pensei apenas num "Até já.... vou ali ao Dafundo mas volto já"....

Estou num território conhecido... é a zona dos meus treinos diários, da Torre de Belém a Algés e retorno são apenas 4 Km... no entanto, o  retorno não é em Algés mas sim no Dafundo... quase no Jamor.... Enfim, doseando o esforço vamos em frente.... Aproveito a sombra dos viadutos de Pedrouços para me defender do Sol... Em Algés, Km 15... uma multidão e novo abastecimento, venha água que o sol está quente, despejo alguma água sobre a cabeça para refrescar.

É então altura para procurar os meus colegas por entre os corredores que já regressam em direcção à meta... o cansaço começa a fazer mossa... e o calor não ajuda nada... Eis que vejo o Jorge em sentido inverso: "Força Jorge !" digo Eu... Ela acena e ri. Poucos metros atrás vem o Marco, nem repara... e logo a seguir passa o João em esforço mas a ultrapassar gente... rapidamente se juntarão e vão terminar juntos com 1h50.

Chego ao 16º Km, e começa a pior fase... aquela interminável recta do Dafundo... reduzo o ritmo para ir gerindo o esforço, mas pior que tudo é o calor... mas lá vou seguindo num grupeto de malta que sofre como eu... Finalmente o retorno. É um alívio... e sinal que faltarão pouco mais de 4 Km.... meto mais uma barra de gel ainda antes do abastecimento para a água dissolver aquela solução pastosa e demasiada doce... ganho ânimo e acelero... vou fixando objectivos no ângulo de visão... Aquário Vasco da Gama, Estação de Algés... entretanto vejo um companheiro caído... a receber assistência... mais adiante, já em Algés... está outro tombado.... A Meia Maratona de Lisboa é uma prova lindíssima, mas muito dura, principalmente se estiver calor.
Fixo um companheiro com uma camisola do Sporting... tento acompanhá-lo... aproximo-me durante uns instantes, mas passados alguns metros ele volta a destacar-se.... vai ser uma luta a dois até final... passo a Estação de Serviço de Pedrouços... paredes meias com a minha casa... está quase... volto a acelerar para apanhar o Sportinguista.... deparo com outro corredor tombado... já com assistência no local e uma ambulância a caminho (mais tarde tomarei conhecimento deste triste desfecho)...

Mantenho uma passada regular já em Belém... deixando o competidor daquele duelo mudo para trás... ao fazer a curva para a meta sinto uma alegria enorme... consegui !!! E com boa disposição e algum fôlego... suficiente para um enorme sorriso de satisfação, o relógio marca 2h12min... olho para o meu cronómetro e fecho a corrida com 2h06 ... ligeiramente acima do objectivo final das duas horas, mas feliz e satisfeito. Para primeira vez... o balanço foi positivo. Os joelhos aguentaram-se bem, a gestão do esforço foi perfeita, exceptuando aquele 1º Km de grande confusão, todos os restantes foram corridos a menos de 6 min/Km (um terço dos quais abaixo dos 5,30 min/Km)... fui bastante cauteloso durante toda a prova e acabei os meus primeiros 21 Km cheio de orgulho e boa disposição.

domingo, 22 de fevereiro de 2015

Aqui vou Eu para a Costa...




Praticamente um ano após ter iniciado esta nova aventuras das corridas, e depois de algumas saborosas experiências, eis que regresso ao local onde tudo começou. Ao Grande Prémio do Atlântico, na Costa da Caparica, para testar a evolução decorrido um ano e 10 corridas.
Foi uma alegre e bem disposta participação, com três habituais colegas destas aventuras... traduzido na expressão que baptizou a nossa equipa: "Quarteto Fantástico".

Bem mais preparado que há um ano atrás... e motivado pela expectativa do regresso (agora com melhor tempo), e mesmo com uma "moínha" no joelho esquerdo que teimosamente tem condicionado os últimos treinos, o desafio estava lançado.
Sabendo da capacidade canhão do amigo Jorge e tendo em atenção que o Marco estaria bem melhor do que na última corrida, resolvi acautelar a passada e ficar mais à defesa ao acompanhar a nossa participante feminina num ritmo regular e mais brando.
Foi um início tranquilo, cheio de boa disposição enquanto percorria as ruas da costa da Caparica envolvido pelo enorme pelotão de corredores que esta prova voltou a reunir. A Sara marcava o ritmo, com a ajuda da tecnologia do seu Garmin, "vamos manter os 5:30 p/Km"... o que me parecia bem para testar a resistência do joelho.
Ao final do 3º Km, surge a primeira alteração ao percurso do ano anterior... rumo ao "paredão" da Costa passando sobre um estreito e perigoso caminho de traves de madeira que atravessavam as dunas de areia, até chegar junto ao mar onde uma ligeira brisa marítima arrefecia o corpo.
Foi a fase da prova onde nos cruzámos com maior assistência... transeuntes domingueiros que passeavam junto à praia e incentivavam aquela multidão de aventureiros, passando os restaurantes do "Barbas" e o "Café del Mar" o percurso continuava pelo paredão, alcançando o 5º Km e desviando à direita para o local de abastecimento.... venha lá essa garrafinha de água... foi ali que apercebendo-me de algum atraso da Sara, e estando ainda em boas condições, resolvi "apertar o ritmo" e avançar... até passar o Km 6, já na estrada para a Trafaria, foi só passar gente.... realmente é muito mais motivante fazer a corrida de trás para a frente, já dizia o Marco no início.

No entanto, e sabendo do que ainda faltava... cerca de 4 Kms e "aquela" desgastante subida em frente à casa do Rui, procurei defender-me um pouco, marquei o ritmo atrás de um companheiro do "Atum Bom petisco" que mantinha um andamento tranquilo. Foi o momento de guardar energias para atacar aquela longa rampa que no ano passado tanta mossa me tinha causado.

Passei o 7º e o 8º Km (?) ... e a surpresa foi enorme naquele momento... outra alteração ao percurso tinha eliminado a subida, e o percurso após a rotunda de São João da Trafaria, virava logo à direita retornando à Costa. Excelente notícia !!! tinha vindo a defender-me toda a prova para não "dar o estoiro" naquela subida e afinal, só faltavam 2 Km e ainda estava em condições. Sem dores no joelho e com algumas reservas de energia, foi o momento de alargar a passada e testar a resistência com um ritmo mais forte... fitei um casal de atletas do Millennium e segui-os por uns instantes... acabei por ultrapassá-los mais à frente. Km 9, vou com 48:54... uma curva à esquerda e entrada na longa recta que antecede a chegada, acelerei mais um pouco para medir até onde poderia ir ... e começo a ver a passar em sentido contrários, alguns corredores que já finalizaram... é sinal que estamos perto. Já vislumbro a curva à direita para a meta, logo na esquina reconheço o Jorge, o Vasco e a Paula, dá tempo para um olá !!! e deparo com o crono da chegada a bater nos 56:00... nada mau.... esta já está !
Acabei com 54:47 como tempo de chip, o que retira quase 4 minutos ao tempo do ano anterior, mas muito mais fresco e com certeza que se soubesse anteriormente que não teria que enfrentar aquela subida, tinha arriscado um pouco mais.
Enfim, o melhor do dia foi a seguir, uma valente Caldeirada à Fragateiro na Trafaria a partilhar a boa disposição com os companheiros do Quarteto Fantástico e demais convivas.

quarta-feira, 14 de janeiro de 2015

Estafeta dos Três Reis



Depois de algum tempo de "desleixo" e inactividade, regressei às corridas depois do desafio lançado por dois colegas. A participação pela primeira vez numa prova "por estafetas" foi o booster necessário para ganhar motivação suficiente para voltar á estrada.
A Estafeta dos Reis foi uma agradável surpresa... para todos aqueles que ousaram sair da cama numa manhã gélida mas solarenga, cerca de 150 equipas. A prova consistia numa estafeta de 20 Km realizada por equipas de 3 elementos, em que o primeiro corria 8 Km (duas voltas ao percurso), o segundo corria 4 Km, o terceiro mais 4 Km, e o percurso final de 4 Km seria percorrido por toda a equipa.

Quando nos organizámos para participar, ficou logo definido que os mais bem preparados teriam o maior esforço, dessa forma, foi unânime que o Jorge faria o 1º percurso (os tais 8 Km seguidos), Eu seria o 2º elemento e o Marco faria o 3º percurso, seguindo depois todos em conjunto para o 4º e último desafio. Com a partida e chegadas realizadas na pista do Estádio Prof. Moniz Pereira, na Alta de Lisboa, os participantes podiam preparar-se convenientemente para cada percurso.

Começou o Jorge. Fomos atrás dele para tentar reconhecer o circuito... era agradável. Saía do Estádio, entrava no Jardim da Alta de Lisboa, seguindo pela Avenida Cruz Abecassis e fazendo o retorno na rotunda... apanhámos o Jorge já depois do retorno da 1ª volta... ia em esforço, mas bem classificado (nos primeiros 40) com passagens aos 4 Km na casa dos 17 min e 18 min. Fui a seguir... arranquei forte, procurando fixar um companheiro com ritmo semelhante. Seguia à minha frente um atleta do Montepio, marquei-o e tentei manter a distância... Fiz o 1º Km com 3:51 ... (espantoso)... mas era quase sempre a descer... depois veio a subida e o ritmo teve que baixar. O companheiro do Montepio ia ganhando distância, mas assim que entrámos na larga Avenida, procurei a berma, mais plana, e procurei manter o ritmo alto.
É completamente diferente saber que podemos acelerar porque já passámos o retorno e que faltam menos de 2 Km... comparando com as corridas de 10 Km, onde temos que gerir melhor o esforço ao longo da prova.
Os últimos metros antes de entrar na pista de tartan do Estádio foram os piores, mas o sucesso da equipa dependia de mim... não podia vacilar. Terminei o meu percurso com 18:56, um pouco abaixo dos 5 min/Km, o que para mim, com apenas 2 treinos depois de uma paragem tão prolongada... foi excelente.

Partiu o Marco.... a todo o gás, enquanto eu descansava e bebia água e um gel para recuperar. Dali a menos de 20 minutos tinha que estar pronto para fazermos o último percurso em conjunto.
Mas o tempo ia passando e o Marco demorava mais que o esperado... finalmente lá apareceu... mais de 20 min... vinha em dificuldades.... (teve uma crise de asma).

Partimos a incentivá-lo e puxando por ele, mas logo na subida da rampa na saída do Estádio, voltou a parar... Fui ao carro buscar a "bomba" enquanto ele e o Jorge iam devagarinho... Melhorou depois de umas "bombadas"... e lá seguimos, sempre a puxar pelo nosso debilitado companheiro, a um ritmo mais lento, mas deu para chegar ao fim. Fizemos o tempo que tínhamos planeado (abaixo de 1h40min), que poderia ter sido um pouco melhor se Eu tivesse mais treinos nas pernas e se o Marco não tivesse tido aquela malfadada crise respiratória,

De qualquer modo foi muito agradável e até divertido experimentar uma prova a três... não fossem esses os famosos Reis Magos.